A Autora

 Muito cedo na vida, decidi que meu caminho, neste planeta, seria pela comunicação. Mesmo que, como toda criança comum, eu não soubesse exatamente o que queria, ansiava por interatuar com as pessoas e mesmo ajudá-las a se interconectarem. Mas, como conseguir isso, se complicava o fato de que eu fazia parte do grupo de pessoas com alguma aversão às exibições públicas? Foi aí, então, que encontrei um caminho de duas trilhas para meu plano de interação com o mundo.  

A primeira foi mergulhar no mundo das palavras escritas. Por toda a minha vida escolar, eu li o que apareceu em minha frente. Vivia escondida dentro das salas de leitura e bibliotecas. Lia tudo que podia, literalmente. Romances, aventuras, fábulas, os clássicos brasileiros, livros policiais, quadrinhos e até as revistas (masculinas) dos meus irmãos. 

Lembro-me de que gostava muito de ir para a biblioteca pública. Ali, lia livros de diferentes - era como participar de um verdadeiro pot-pourri de mensagens e ideias do mundo! Obviamente, como criança, encantava-me muito mais por aqueles que tinham mais figuras e ilustrações! 

Não era culta. Era mesmo deslumbrada! 

Tenho uma recordação especial de uma tarde em que cheguei ao Arquivo Público e indo à Secção Infantojuvenil, a responsável pelo local me disse que “não havia mais nada para eu ler”, pois já havia lido tudo que tinha ali. Tudo, incluindo revistas em quadrinhos! 

Aquilo foi para mim que o Raul Seixas cantou em uma de suas canções, “O Dia em que a Terra parou”. Já não tinha mais nada para fazer! 

Em certo momento dessa etapa, dei início à segunda “parte” do tal plano: comecei a escrever. Colocava na folha de papel qualquer coisa que viesse à mente. Qualquer ideia ou delírio, eu dava cara de conto.  Extravasei uma infância e grande parte da adolescência nisso. Gastava cadernos e canetas em quantidade - e eles eram bem caros naquela época! Tudo o que escrevia, colocava no fundo da gaveta da minha cômoda. Era aquilo, meu luxo! 

Um dia, fui para a universidade pública federal, feliz, por fazer parte de uma das turmas de comunicação social. Lá, ensinaram-me regras, modelos e fins do jornalismo. 

 Pratiquei-o, o máximo e o melhor que pude - optando pelo jornalismo cultural, mesclado com experiências sociais e engajamento político em um Brasil que se transformava. Mas, era indubitável a paixão por outros meios, outras mensagens. 

E, mesmo tendo feito tudo o que pôde com a comunicação social que me ensinaram, ela não foi o suficiente para realizar o projeto de me conectar verdadeiramente com as pessoas e ajudá-las nessa tarefa. 

Como resposta à pergunta do que fazer, então, li, em algum lugar por aí, que um elefante dissera a Sidarta Bhuda algo muito prático e interessante, em seus momentos de vislumbres delirantes (...). Guardadas as proporções e o devido respeito, sinto como se também tivesse ouvido aquelas iluminadas palavras!

Agora, voltando do meu exílio voluntário, reencontrei meu “começo”. Embora tenha perdido todos aqueles rascunhos das minhas juvenis palavras, nos passos da caminhada, sigo com o mesmo desejo de vê pessoas interconectadas. Escrever, para mim, sempre foi o mesmo que trocar uma palavra de conexão com alguém - através de uma folha de papel ou do meio digital.
Gosto das palavras, pois elas aproximam, criam diálogos e conectam pessoas. A literatura, agora, é o meu meio para esta conexão. Como antes, de modo muito simples, desejei fazer.
Minhas primeiras expressões literárias ficaram impregnadas em "Impuros & Pecadores", "Essintyal, a estrela que caiu no nosso quintal" e "A Dublê de Tai Chi", meus primeiros exercícios literários.
 
 Goya Maru

Obras lançadas

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